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Essa semana decidimos fazer algo diferente (de novo!) e destacar os principais insights do relatório ‘State of Crypto 2022’ criado pela Andreessen Horowitz (a16z) - uma firma de venture capital que investe em cripto desde 2013. O relatório apresenta uma visão geral das tendências da indústria e onde estamos na jornada em direção a uma alternativa descentralizada - especialmente no que diz respeito a criadores e construtores da #web3. Abaixo destacamos os cinco principais pontos de forma resumida.
1. Estamos no quarto ciclo de “preço - inovação”
De acordo com a16z, o mercado de criptomoedas está atualmente em seu quarto ciclo de “preço - inovação”. Em contraste com outras indústrias, os preços das criptomoedas são um indicador importante. Quando os preços das criptomoedas sobem mais pessoas ficam interessadas, levando a um grande aumento na atividade nas mídias sociais (trazendo novos usuários) e na atividade de desenvolvedores no setor (trazendo novos empreendedores). Esse crescimento leva a novas ideas e o surgimento de novas startups. Eventualmente, uma bolha é criada e estoura. O hype diminui, mas as novas startups e empreendedores seguem criando novas soluções. Em algum momento isso leva a um novo aumento nos preços o que cria um novo ciclo. É importante entender que cada ciclo traz inovações e a indústria como um todo avança.
A a16z acredita que estamos vivenciando a terceira geração da internet (web3) e aponta o risco de “ficar de fora”. Peraí, vamos explicar… Considere que qualquer empreendedor que desistiu da internet após a bolha da internet entre 1994 e 2000 perdeu as melhores oportunidades da década. Quais? Bom… computação em nuvem, redes sociais, streaming de vídeo online, smartphones, etc. Segundo a a16z, agora é a hora de considerar quais serão os sucessos equivalentes na web3.
2. Web3 é muito, mas muito melhor para criadores do que a web2
As taxas de transação dos gigantes da web2 são extorsivas. Enquanto alguns usuários reclamam que o OpenSea - maior marketplace de NFTs em volume de transações - está com uma taxa de 2,5%, alguns gigantes da web2 como YouTube e Instagram têm taxas de quase 100%. O que isso significa? Significa que os usuários não recebem nenhum valor sobre o que criam. A a16z realizou uma análise de dados para estimar o quanto a web3 está pagando aos criadores em comparação com a web2. Os números são expressivos. Apenas em 2021, as vendas primárias de NFTs baseados em Ethereum, mais os royalties pagos aos criadores por vendas secundárias no OpenSea, renderam um total de US$ 3,9 bilhões. Isso é quatro vezes mais que o US$ 1 bilhão que a Meta destinou aos criadores em 2022 (menos de 1% da receita da empresa). Ainda de acordo com a análise, a web3 pagou US$ 174.000 por criador, enquanto a Meta pagou US$ 0,10 por usuário, o Spotify pagou US$ 636 por artista e o YouTube pagou US$ 405 por canal.
3. Cripto está tendo um impacto no mundo real
O impacto das criptomoedas está apenas começando a tomar forma. O status quo do sistema financeiro tradicional falhou com muitas pessoas: mais de 1,7 bilhão de pessoas não têm contas bancárias. A demanda por finanças descentralizadas ou DeFi aumentou dramaticamente nos últimos anos, mesmo depois de contabilizar a recente desaceleração. Comparado ao mercado de finanças, o setor de DeFi seria apenas o 31º maior banco dos EUA em total de ativos sob gestão. Ou seja, criptomoedas “mal arranharam a superfície do que é possível”.
Alguns projetos vem se destacando e buscando cada vez mais causar impacto na vida das pessoas:
Projetos como Goldfinch estão expandindo o acesso a capital que de outra forma não estaria disponível em mercados emergentes.
A Flowcarbon está reformulando os créditos de carbono tornando essas unidades cada vez mais importantes, transparentes e rastreáveis em blockchains.
A Helium está apresentando o primeiro desafio legítimo e descentralizado para gigantes de telecomunicações ao permitir redes powered por pessoas (ps. um de nós tem um minerador da Helium e em breve vamos falar mais sobre o projeto).
E Spruce está permitindo que as pessoas controlem suas próprias identidades, em vez de ceder esse poder a intermediários, como Google e Meta, que lucram com as informações das pessoas por meio de seus modelos de negócios de mineração de dados.
4. Ethereum é o líder claro, mas enfrenta concorrência
O Ethereum é o líder claro em blockchains, embora tenha concorrência. Apenas para citar alguns números, o Ethereum tem 4.000 desenvolvedores ativos mensais em comparação com os 1.000 da Solana e os 500 do Bitcoin, embora a Solana esteja acompanhando o caminho de crescimento do Ethereum. O Ethereum também arrecada mais taxas de transação, o que significa que sua rede segue em alta demanda. No entanto, as altas taxas também se devem à prioridade de descentralização do Ethereum sobre escala, algo que as soluções L2, como ZK-rollups, estão tentando resolver. O relatório também indica que blockchains são o produto de sucesso de uma nova onda de computação, assim como PCs e banda larga foram nos anos 90 e 2000, e como os smartphones foram na última década. Portanto, eventualmente, haverá vários vencedores graças ao "tamanho de espaço para inovação".
5. Sim, ainda é cedo
Há uma estimativa que existem entre 7 milhões a 50 milhões de usuários ativos na rede do Ethereum. Comparando com a adoção da internet, a adoção da blockchain está atualmente no ano de 1995. De fato muito cedo. O marco de um bilhão de usuários da Internet só foi alcançado em 2005, o que significaria 2031 para blockchains.
Sobre a a16:
Fundada no Vale do Silício em 2009 por Marc Andreessen e Ben Horowitz, a Andreessen Horowitz é uma empresa de capital de risco que apoia empreendedores que constroem o futuro por meio da tecnologia. A empresa tem US$ 33,3 bilhões em ativos sob gestão em vários fundos. Um desses fundos é o a16z crypto, dedicado para investimentos em startups de criptomoedas e web3. Recentemente, eles anunciaram um quarto fundo de US$ 4,5 bilhões, elevando o total de fundos arrecadados para mais de US$ 7,6 bilhões.
Você pode acessar o relatório completo clicando aqui.
Esperamos que você tenha gostado dessa edição, e até a próxima!
Pedro e Luís